Meu sono profundo, quase pesado, mas ouço o chamado...
Lá longe, bem longe, antes do sol raiar, minha Mãe já está de pé
Em silêncio, ela saúda a terra,
Em silêncio, ela agradecer por nós,
Em silêncio,ela pede permissão ao céu...
Em silêncio, ela acorda o dia
Tímido, o sol estancam-se no horizonte, reluz
Reluz e se alegra quando ouve o chamado de Mãe
Alegre, ele lança raios lindos em direção aos meus olhos, aquece meu corpo,
energiza meu ser e me desperta para o mundo
Eu chego mais tímido ainda, e chego leve
Bem cuidado, a água fria me desperta mais um pouco
As folhas lavam meu corpo
As folhas limpam-me a alma
As folhas me fazem novo
Mãe, quase sussurrando, canta para eu acordar
Canta para mim, canta para a terra, canta para o dia
As mãos firmadas de veias que saltam a pele como se desenhassem os caminhos trilhados
Mãos de quem faz histórias
Mãos de quem moldou bem vidas...
As abençoadas mãos de Mãe seguem ritmando o som sagrado
Aquele som que me busca em sono, que faz levantar o dia
Som simples de sensível segredos, chega em meu coração
E de coração em coração, chama quem manda no meu Amor
Atravessa o vento, o tempo e os mundos,
Atravessa as vidas, e avisa meus orixás que há nesse tempo que precise de seu afeto
Feliz e pulsando em fé,
Mãe, com suas mãos que contam todas as histórias,
Que preparam corpos,
Que cuidam de vidas,
Que acariciam os nossos rostos,
Todos os dias,
Acorda antes que o mundo acorde
Para que o dia esteja pronto para receber cada um de seus filhos,
Todos os dias...
Todos os dias que ela canta a terra, a água, o ar, o fogo, a vida, o dia.
Roger Cipó © Olhar de um Cipó - Todos os Direitos Reservados / All Copyrights Reserved
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