"Eu cheguei aqui em 1968. Eu conheci minha Mãe numa festa que eu vim assistir na casa dela (...) Tinha uma menina de uns 7 ou dez anos - não sei - ela era filha do Ogun e o Ogun dela pegou ela e quando ela começou a dançar na minha frente, foi quando eu bolei... Ai de manhã, uma das irmãs da minha mãe me acordou, me deu um banho e falou que minha mãe precisava de conversar comigo. Me apresentou minha Mãe Edelzuíta, ela foi muito educada comigo, me tratou muito bem, aí ela disse que eu precisava de fazer o santo. Naquela época não houve como fazer, só depois, quando eu já tinha um filho de 6 meses, e ele teve um problema, aí minha Mãe Lilita - filha de Mãe Senhora - me trouxe aqui para jogar ai minha Mãe disse: 'Você tem que fazer seu santo, se não você vai , ou você, ou seu filho'.
Aí minha mãe jogou disse que eu tinha que dar caruru em casa e fazer um ebó. Fizemos esse ebó, demos caruru para Ibeji e meu filho ficou curado. Depois, eu tive que vir fazer o santo (...)
Aí minha mãe jogou disse que eu tinha que dar caruru em casa e fazer um ebó. Fizemos esse ebó, demos caruru para Ibeji e meu filho ficou curado. Depois, eu tive que vir fazer o santo (...)
Eu sou a Dofona do barco das doze. Eu entre aqui nessa casa com 21 anos, hoje eu estou com 68 anos...
Ahhh, meu barco foi lindo! Foi: Eu, do Ogun. Eu sou a Dofona de 12. Foram 2 Xangô - um era meu filho, 4 Osaala, 4 Omolu, e 1 fila da Osun... Foi a coisa mais Linda... Sabe? Tirei resguardo de 6 meses, porque eu sendo Dofona de 12, né? Aí, aquelas pessoas que não podiam ficar na casa, aí eu tirava porque eu era a Dofona. Eu sou a Dofona... Muita Responsabilidade, mas foi muito bom, muito bom mesmo. Eu só tenho que agradecer a Deus e Osaala e Ogun, por ela. Que Deus dê vida e saúde à minha mãe, por muitos e muitos anos e que ela nunca mude... a maneira de tratar a gente e a maneira de trabalhar (cuidar de orixá), que isso é muito importante, né? É só o que eu peço aos Orixás."
[Transcrição editada de depoimento cedido a Olhar de um Cipó, em julho de 2014 na Festa de Homenagem aos 70 anos de Orisá de Mãe Edelzuíta de Osogyian, Iyalorisa do Ilè Obá N'lá - Tradição do Gantois no Rio de Janeiro. Roger Cipó © Olhar de um Cipó - Todos os Direitos Reservados / All Copyrights Reserved]
Maravilhoso seu blog. Estaremos sempre juntos. Siga nossa página também e esteja sempre a vontade de opinar e participar: http://jardimdofogosagrado.blogspot.com.br/
ResponderExcluirFicaria lendo até... Que lindeza! Que carinho! Que verdadeiro!
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