16 de dezembro de 2017

Fotos de Axé para celebrar 1 MILHÃO de acessos no Olhar de um Cipó


Alguém pode ler e pensar: O que é um  milhão de acessos em um blog, quando há publicações na internet que, em um dia só, ultrapassam essa marca? 
Tudo bem, mas preciso também falar da felicidade que isso significa e a importância de pensar as possibilidades da alcance que nossas produções tem. E por isso celebro. 

Olhar de um Cipó é um blog que nasceu como forma de diálogo a partir das minhas vivências e anseios, no candomblé, e a fotografia é a forma que me cabe para escrever sobre essas experiências. 
O candomblé é a experiência de humanidade mais humana que eu já tive, e tenho. É o lugar que me permite ser, e que historicamente, é o lugar criado pelos meus ancestrais para pudessem ser livres, em resposta à opressão de uma escravização de quase 400 anos. 

Não só a violação e marginalização de nossas crenças, o racismo fez também que as temáticas relacionadas a religiosidade negra no Brasil, quando não invisibilizadas, fossem fetichadas, apresentadas de formas desumanas, porque é isso que um sistema racista faz com as práticas ancestrais africanas, no Brasil. Dessa forma, me é simbólico alcançar a marca de 1 milhão de acessos, através das tentativas de reescrever uma história em fotografias das diversas camadas de vida, fé e experiências sagradas proporcionadas no contato com divindades africanas. 

Eu poderia só celebrar e agradecer, mas preciso dizer e relembrar que, Olhar de um Cipó é uma ferramenta de enfrentamento ao racismo. É minha resposta. É uma contra-narrativa negra para enfrentar uma cultura que tentou roubas nossa humanidade, e que embora tenha causado grandes danos sociais ao nosso povo, não conseguiu nos eliminar, graças a resistência de todos aqueles que me antecederam, nessa luta. 

Assim, em memória da luta do  meu povo, publico imagens já conhecidas pelas pessoas que acompanham esse trabalho. Publico em agradecimento a cada um que se permite olhar, por aqui. Publico pra dizer que  milhão ainda é pouco, e que continuamos a dizer que o Candomblé é o maior legado que reis e rainhas africanos permitiram a nós, e com respeito, devemos preservar e defender. 

















  






































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