13 de julho de 2015

Família de Santo


"... Ser mãe ou pai de uma família de santo hoje, no meu entendimento, exige muito mais que antes já que hoje não estamos isolados, vivendo nos nossos guetos, em comunidades que de certo modo eram extensões dos terreiros.

Hoje, estamos agindo, interagindo nos terreiros e ao mesmo tempo dentro da sociedade, queiramos ou não. Quem somos nós hoje no terreiro? Quem somos nós hoje na sociedade? Até que ponto temos o controle da base da educação, dos valores que nossas crianças, os nossos jovens recebem? Ainda que insistamos em sinalizar em apontar valores nos quais acreditamos, podemos competir com a mídia, com as instituições que aí estão a mostrar o contrário?

Diante do quadro em que estamos inseridos, as comunidades dos terreiros têm que iniciar para o viver hoje não só transmitindo o legado das tradições recebidas, mas educando para viver esse legado fora do ambiente do terreiro, como trazer para o ambiente do terreiro as questões que nos afligem e que é parte do nosso cotidiano dentro da sociedade em que vivemos a fim de
buscarmos saídas, caminhos de solução."

[Trecho de "Família de Santo e Educação" de Valdina O. Pinto. Foto: Iyalorisa Branca de Iya G'unté e Elegun de Ogun do Egbé Iya G'unté - Roger Cipó © Olhar de um Cipó]

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