7 de julho de 2015

Coração de Ferro



To pra conhecer um Duro Coração de Ferro que não estremeça ao som do Adarrun
Ainda não vi carne mais dura,
que Aquela coberta de Mariwo
Nada... 

Ainda não provei nada que seja mais gostoso 
que o Feijão Preto bem temperado pra mata fome de guerra
E não me diga que existe amigo melhor que o Cão,
Nesse mundo Cão
Haja Ajá para nos aturar!

Aquele cordão de Ouro caro, banhado em qualquer coisa 
Quebra fácil quando encontra minhas correntes de ferro
Salgadas em suor de quem Luta
É que eu gosto mesmo de amolar arma na mão 

Não tem arma de fogo não. Porque do fogo, nasci
Não tem coronel, não tem alibã, não tem capataz, ninguém no divã
Faca cega é pra quem tem fé Cega
Eu já me fiz sentinela das ruas de terra
Nem chorar consigo

E quando choro, há lágrimas quentes que forjam espadas
E por nada, do nada, eu volto pru tudo ou nada e fico com Tudo
Do Mundo, Mariwo pra escudo,
Nem que seja no escuro, Não fico mudo 

E Luto
Faço Guerra, Serpenteio, Peço o inteiro pra cortar maldade em pedaços
É que sou filho do Aço
Do seu Dom não desfaço

No mundo não me embaraço
E somente em sua presença,
No seu canto e encantos... Somente no seu compasso
Quando em seu Adarrun me acho
E meu coração de Ferro, Desarmo
Pois, eu desarmo e sou Amado
Quando Ògún está Armado!

[Roger Cipó © Olhar de um Cipó - Todos os Direitos Reservados / All Copyrights Reserved]

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